quinta-feira, 12 de março de 2009

Divisão e Reunificação

A guerra resultou na morte de quase dez milhões de soldados alemães e civis; grandes perdas territoriais, a expulsão de cerca de 15 milhões de alemães dos antigos territórios orientais e de outros países, e a destruição de várias grandes cidades. O restante do território nacional e Berlim foram divididos com a ocupação militar dos Aliados em quatro zonas.

Os setores controlados pela França, pelo Reino Unido, e pelos Estados Unidos foram fundidos em 23 de Maio de 1949, para formar o República Federal da Alemanha; em 7 de Outubro de 1949, a Zona Soviética criou a República Democrática da Alemanha. Eles foram informalmente conhecidos como "Alemanha Ocidental" e "Alemanha Oriental" e as duas partes de Berlim como "Berlim Ocidental" e "Berlim Oriental". As partes oriental e ocidental optaram por Berlim Oriental e Bonn como suas respectivas capitais. No entanto, a Alemanha Ocidental declarou que o status de Bonn como sua capital era provisório, a fim de enfatizar a sua postura que a coexistência de dois Estados alemães foi uma solução artificial status quo que seria necessário superar um dia.
A Alemanha Ocidental, estabelecida como uma república federal parlamentar com uma "Economia social de mercado" - foi aliada com os Estados Unidos, o Reino Unido e a França. O país chegou a se beneficiar de crescimento econômico prolongado a partir dos anos 1950 (língua alemã: Wirtschaftswunder). A Alemanha Ocidental ingressou na OTAN em 1955 e foi membro fundador da Comunidade Econômica Européia, em 1958.

A Alemanha Oriental foi um estado do bloco oriental sob controle político e militar da URSS através de suas forças de ocupação militar e o Pacto de Varsóvia. Enquanto dizia ser uma democracia, o poder político foi executada exclusivamente pelos principais membros (Politburo) do SED (Partido Socialista Unificado da Alemanha) controlado pelos comunistas. Seu poder foi assegurado pelo Stasi, um serviço secreto de grande dimensão, e uma variedade de sub-organizações do SED que controlavam todos os aspectos da sociedade, tendo um grande número de informantes dentro da própria população. Por sua vez, as necessidades básicas da população foram preenchidas por custos baixos pelo Estado. A economia planificada pró-soviética foi criada, e mais tarde a RDA passou a ser um estado do Comecon. Apesar da propaganda da Alemanha Oriental ter sido baseada nos benefícios dos programas sociais da RDA e na alegada ameaça constante de uma invasão por parte da Alemanha Ocidental, muitos dos seus cidadãos olhavam para o Ocidente em busca de liberdades políticas e da prosperidade econômica. O Muro de Berlim, construído em 1961 para impedir a fuga dos alemães do Leste para a Alemanha Ocidental, se tornou um símbolo da Guerra Fria.

As tensões entre as Alemanha do Leste e do Oeste foram ligeiramente reduzidas no início dos anos 1970 pelo Chanceler Willy Brandt Ostpolitik, que incluiu a aceitação de facto das perdas territoriais da Alemanha na II Guerra Mundial.
Em face de uma crescente migração de alemães do Leste para a Alemanha Ocidental através da Hungria e manifestações em massa durante o verão de 1989, inesperadamente as autoridades do Leste alemão facilitaram as restrições nas fronteiras em novembro, permitindo que cidadãos do Leste alemão pudessem a viajar para o Ocidente. Originalmente concebida como uma válvula de pressão para manter a Alemanha Oriental como um estado, a abertura da fronteira na realidade levou a uma aceleração do processo de reforma na Alemanha Oriental, que finalmente foi concluído com o Tratado Dois Mais Quatro um ano mais tarde, em 12 setembro de 1990 e a reunificação alemã ocorreu em 3 de Outubro de 1990. Segundo os termos do tratado, as quatro potências ocupantes renunciavam os seus direitos sob o Instrumento da Renúncia, e a Alemanha recuperava a plena soberania do seu território. Com base na Lei Bonn-Berlim, aprovada pelo parlamento em 10 de Março de 1994, a capital do Estado unificado foi escolhido para ser Berlim, enquanto Bonn obtinha o status único de Bundesstadt (cidade federal) e reteve alguns ministérios federais. A mudança do governo foi concluída em 1999.

Desde a reunificação, a Alemanha tem tido um papel de liderança na União Européia e na OTAN. Participou do exército que garantiu a estabilidade nos Balcãs, e enviou tropas para o Afeganistão como parte de um esforço da OTAN para proporcionar a segurança neste país após expulsar o Talibã. Estes deslocamentos eram controversos, visto que após a guerra, a Alemanha era obrigada por lei a manter tropas apenas para fins de Defesa. As investidas em territórios estrangeiros foram entendidas como não estando abrangidas pela lei de Defesa; entretanto, a votação parlamentar sobre a questão legalizou efetivamente a participação em um contexto de manutenção da paz.

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